É assim de bom!



Os amigos do easy diver fizeram o favor de publicar este post fantástico, que explica de uma forma clara o que se sente quando mergulhamos e/ou convivemos com aqueles que nos acompanham na magia apaixonante que é dada pelo azul, pelo silêncio e pela simplicidade que se vive só por respirar, observar e desfrutar!

«Como todos os seres humanos, nascemos no coração da mãe-terra. Temos braços e pernas, respiramos oxigénio que entra em pequenos pulmões. Passamos grande parte da nossa vida na posição vertical que nos dá uma maior autonomia e conforto na terra. Vistos superficialmente somos iguais a todos os seres humanos.
Mas analisando um pouco mais fundo, alguma coisa nos faz diferente. Nascemos com os olhos acostumados ao azul das águas. Temos um corpo que anseia pelo braço do mar e, um pulmão que aceita grandes privações de ar apenas para prolongar a nossa vida no mundo azul.
Somos homens e mulheres de espírito inquieto. Buscamos na nossa vida mais do que foi dado. Passamos por grandes provas para nos aproximar dos peixes.
Transformamos nossos pés em grandes barbatanas, seguramos o calor do nosso corpo com peles falsas e chegamos ate a levar um novo pulmão às costas. E tudo isto para quê ? Para podermos satisfazer uma paixão, um sonho. Porque nós, algum dia, de alguma forma, fomos apresentados a um mundo novo. Um mundo de silêncio, calma, mistério, respeito e amizade. E esta calma e silêncio fizeram-nos esquecer a confusão e agitação do nosso mundo natal. O mistério envolveu o nosso coração sedento de aventura.
O respeito que aprendemos a ter pelos verdadeiros habitantes desse mundo. Respeito esse que, só depois de ter sentido a inocência de um peixe, a inteligência de um golfinho, a majestade de uma baleia ou mesmo a força de um tubarão, podemos compreender.
E a amizade. Quando vamos até o fundo do mar, descobrimos que ali jamais poderíamos viver sozinhos. Então levamos mais alguém. E esta pessoa, chamada de dupla, companheiro ou simplesmente amigo, passa a ser importante para nós. Porque, além de poder salvar nossa vida, passa a compartilhar tudo que vimos e sentimos. E em duplas, passamos a ter equipas, e estas passam a ser cada vez maiores e mais unidas. E assim entendemos que somos todos velhos amigos mesmo que não nos conheçamos. E esse elo que nos une é maior que todos os outros que já encontramos. E isso faz com que nós mais do que amigos, sejamos irmãos. Faz de nós, mergulhadores.»

Jacques Yves Cousteau11/01/1910 - 25/06/1997

É fantástico descobrir alguma coisa que nos completa!

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