"Roupa de maternidade" ou "Mãe, a tua vida como mulher acabou"


Quase que entrei em depressão quando resolvi entrar numa daquelas lojas especializadas em bébés* onde há de tudo: de chupetas a carrinhos, passando pelos brinquedos aos sutiãs de amamentação. Foi precisamente na secção de "lingerie" (não sei se lhe posso chamar isso) que os meus níveis de endorfinas baixaram para mínimos históricos. Cuecas de gravidez que rivalizam em estilo e sensualidade com as congéneres de papel/plástico que estão disponíveis nos spas, mas com espaço para o rabo de um homem com 120kg. Os sutians... coisas brancas, com rendas, copas pontiagudas, elásticos de 20 cm e tamanhos inverosímeis! Por muito trágica que a realidade possa ser (e sim, tenho noção que as mamas crescem para lá do imaginável e que o rabiosque não sai ileso desta viagem), ninguém merece um banho de realidade com estes contornos! As grávidas são pessoas sensíveis, que precisam de carinho, de quem lhes diga que não estão gigantescas (regra que se deve aplicar noutros momentos, tipo... todo o tempo anterior à gravidez e todo o tempo pós-parto), e não de lençóis disfarçados de roupa íntima!
Ah! E deixem-me falar dos trapinhos estilosos! A designer destas lojas há-de ser Amish! Comprimentos por meio da canela, as roupas folgadinhas, fitinhas e folhos compõem o melhor dos modelitos! E quer dizer... não há necessidade! Qualquer Zara consegue transformar-se numa pré-Natal com um bocadito de olho e paciência... pelo menos nos primeiros tempos! Verdade seja dita que ainda não comprei roupa. Eu cá quero manter a pouca pinta com que nasci, apesar do perímetro abdominal! Não me vêem em sacos de batata em tons pastel, nem que a vaca tussa!

* Não são todas bem sei, mas há umas quantas que vai lá vai!

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