Ora porra para isto tudo!

O meu Jeremias (1998 - 2007)

O meu Bogas (2007 - 2012) 

Mix (2001 - 2014)

Nos últimos dias o Norte do país ficou reduzido a cinzas. Nestas alturas nascem mil teorias sobre o que fazer com os incendiários - "era amarrá-los às árvores e pô-los arder"; "era obrigá-los a ir apagar os fogos"; "era prendê-los para a vida toda" - e para prevenir os incêndios - "era pôr os presos a cuidar do mato"; "era pôr os tropas a cuidar do mato"; "era pôr os proprietários a cuidar do mato"; "era ter multas mesmo pesadas para quem não cuida dos terrenos". É sabido que temos vocação para treinadores de bancada principalmente depois do jogo acabar e de não haver forma dos nossos bitaites darem a volta ao resultado. Parece que enquanto estamos a vomitar estas ideias estamos realmente a fazer alguma coisa... mas não estamos! Todas estas parvoíces ditas em voz alta e em tom indignado na mesa do café não evitam que se percam noites e dias numa angústia que não se descreve (só passando por ela), que se perca o que se construíu, que animais e plantações não sobrevivam e que se percam vidas de quem procura apagar a estupidez humana. Este ano não toca aos meus passar por tudo isto (talvez porque há dois anos ardeu tudo o que havia para arder no Caramulo e durante esses dias tenha estado em sobressalto pelos meus tios e primos) e por isso estou mais tranquila... mas não estou a dormir. Ontem, em Loures, uma associação de animais perdeu tudo e acima de tudo muitos dos animais que cuidava, substituindo-se aqueles que tiveram a responsabilidade de os trazer para o mundo. Entre ir para o café dar murros na mesa, que não servem para nada a não para me magoar ou partir algum copo, optei por ajudar como posso que é, diga-se de passagem, uma forma um bocado cobarde... já que não tenho coragem nem vontade de ir procurar os bichos para o meio da desolação, nem disponibilidade para acolher os cães que sobreviveram ao inferno do dia de ontem...

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